Memória

Marcaram gerações: 7 tradições que perderam espaço na TV brasileira

Com a constante evolução da tecnologia, algumas tradições que marcaram gerações entre as décadas de 1970 e 1990 foram sendo gradualmente esquecidas pelas emissoras


Chamada das cenas dos próximos capítulos de Direito de Amar (1987)
Chamada das cenas dos próximos capítulos de Direito de Amar (1987)

Em tempos de transmissões em ultra definição e crescimento do streaming, é curioso relembrar como era a vida dos telespectadores há algumas décadas. Eram tempos de poucos canais, domínio das novelas, enlatados antigos e programas de auditório e liderança absoluta da Globo.

Relembre sete tradições que eram muito comuns nos anos 1970 e 1980 e são lembradas até hoje pelos mais velhos:

Hora certa

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Com notebooks, smartphones, tables e smartwatches sempre à mão, além dos canais que deixam a hora fixa na tela, fica difícil alguém deixar de saber que horas são. Mas antigamente muita gente se informava disso através da televisão.

Uma prática comum entre as décadas de 1970 e 1980, que caiu em desuso a partir dos anos 1990, era a exibição da hora certa ao longo da programação, principalmente antes dos telejornais, como o Jornal Nacional, geralmente junto com a mensagem de um patrocinador, como bancos e marcas de eletrodomésticos e relógios.

Top de cinco segundos

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O top de cinco segundos, que já foi de oito também, existe até hoje, mas por questões puramente comerciais, já que se trata de mais uma oportunidade para comercializar espaços em programas concorridos, como o futebol e o BBB.

No entanto, nos anos 1970 e 1980, a vinheta tinha uma importante função para as emissoras e ia ao ar em diversas ocasiões, como antes de telejornais, transmissões esportivas e programas especiais. Seu principal objetivo era alertar e sincronizar todas as afiliadas para o início daquela programação.

Saindo do ar

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Até meados dos anos 1990, toda emissora saía do ar durante a madrugada. Era mostrada uma vinheta de encerramento da programação e o telespectador que continuasse com o aparelho ligado veria apenas chuviscos na tela.

Na Globo, por exemplo, o narrador falava o seguinte: “Faremos agora uma pequena pausa em nossa programação. Apenas o tempo necessário para você despertar para um novo dia, uma nova vida. Logo, estaremos juntos novamente”. Aí eram mostrados slides da grade do dia seguinte; a mesma vinheta era vista na abertura dos trabalhos, pela manhã.

Apenas nas noites de sexta e sábado que algumas emissoras, como a Globo, ficavam 24 horas no ar, exibindo filmes velhos durante a madrugada. Vale ressaltar que esse encerramento ainda é visto em algumas ocasiões, quando afiliadas da Globo fazem a manutenção mensal de seus transmissores.

Cenas do próximo capítulo

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Nas novelas da Globo, eram exibidas as famosas cenas do próximo capítulo. Tratava-se de um pequeno resumo daquilo que seria exibido no dia seguinte, quase sempre sem mostrar alguma cena importante, que revelasse algo. Ao fundo, uma música da trilha sonora da produção, que acabava divulgando os discos e fitas da trama. Quando era o último capítulo de alguma produção, aí eram exibidas as cenas da próxima novela.

A prática foi abandonada no início dos anos 1990, mas voltou a ser utilizada nos últimos anos pela Globo. No entanto, não da mesma forma: enquanto o público via o compilado de cenas, com trilha sonora, após um intervalo comercial, agora são mostradas poucas imagens do que virá pela frente no capítulo seguinte, de forma rápida.

Contagem de capítulos

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Ainda nas novelas, os capítulos tinham contagem. No início do primeiro bloco, era mostrado apenas a logo da trama com o número do capítulo. A prática, que foi abandonada pela Globo no final dos anos 1980, retornou em A Regra do Jogo (2015), mas foi um caso excepcional.

Esse expediente pode ser conferido em novelas dos anos 1970 e 1980 que são exibidas pelo Globoplay Novelas (antigo Viva) ou estão disponíveis no Globoplay.

Advertência

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Quando exibia os créditos no final dos capítulos, a Globo colocava a seguinte advertência: "Esta é uma obra de ficção. Qualquer semelhança com lugares, fatos e pessoas conhecidas terá sido mera coincidência".

A prática surgiu durante a novela O Cafona, de 1971, após protestos de figurões da alta sociedade do Rio de Janeiro, que se sentiram retratados em alguns personagens, prática que o autor Bráulio Pedroso confirmou tempos depois.

Posteriormente, ou a ser exibida somente a seguinte frase: "Esta é uma obra coletiva de ficção baseada na livre criação artística e sem compromisso com a realidade".

Futebol

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Até meados dos anos 1990, as transmissões de futebol eram bastante diferentes na televisão.

O show do intervalo, por exemplo, não era comandando pelos próprios narradores, como atualmente. Um apresentador, como Fernando Vannucci ou Léo Batista, na Globo, e Elia Jr., na Band, mostrava os melhores momentos.

Além disso, o tempo e o placar não ficavam fixos na tela, aparecendo geralmente a cada cinco minutos. Os caracteres fixos foram adaptados apenas em 1999, facilitando a vida de quem pegava o jogo em andamento.

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